Fjorden og skogen

O maior fascínio da Noruega está, inegavelmente, na beleza natural.
Os fiordes aparentam ser rios, de caudal variável, que serpenteiam entre montanhas de granito e florestas. Na verdade, são sulcos escavados, ao longo dos tempos, pelo degelo dos glaciares (que vai aumentando progressivamente, com o aquecimento global). O mais espantoso é que a altura impressionante que as montanhas atingem acima do nível da água é idêntica à profundidade submersa!



Com tantas montanhas e glaciares, a Noruega tem a costa toda ela recortada por fiordes. A escolha é variada, mas, para quem não conseguir decidir-se, há sempre a possibilidade de um cruzeiro costa acima, de Oslo ao Cabo Norte. Esta alternativa não nos seduziu, por um lado, pela ideia de ficarmos presas numa embarcação durante mais de uma semana, numa zona de clima muito instável, e, por outro lado, pela enormidade de euros que essa opção envolveria. Assim, a escolha recaiu no Sognefjorden, o maior fiorde do mundo (204 km de comprimento e 1308 m de profundidade) e em alguns dos seus afluentes (Aurlandsfjorden, Esefjorden, Færlandsfjorden...), o que nos permitiu múltiplos passeios deliciosos, por água e por terra.



Sediadas em Balestrand, demos um pulinho ao Supphellebreen e ao Bøyabreen, dois braços do Jostedalbreen, o maior glaciar da Europa continental (487 km2). Impressionante, toda aquela quantidade de gelo azul (percebi, finalmente, o significado de "azul glaciar"), branco e cinzento (quando sujo pelos sedimentos arrastados), que vai escorrendo, pingando, devagar ou, pontualmente, derrocando em avalanches (como uma, pequena, a que tivemos o privilégio de assistir), aumentando, pouco a pouco, o caudal do fiorde. Aconselho, vivamente, uma visita ao Museu do Glaciar, didáctico e interactivo.



Água a escorrer é o que não falta nas montanhas norueguesas, por entre uma quantidade impressionante de florestas, selvagens, naturais e, sobretudo, limpas, onde abundam o musgo, os cogumelos e as bagas silvestres. As amoras são amargas, agora as framboesas...



Fiquei rendida às "skogadas", os nossos passeios de fim de tarde nos bosques, à doçura das framboesas silvestres e à variedade de cogumelos.



Atenção: nas páginas internéticas, não se esqueçam de procurar uma bandeirinha inglesa, ou outra forma de opção linguística. Se não, uma no cravo outra na ferradura, que é como quem diz, com uns conhecimentozinhos de alemão e de inglês, vão ver que até dá para perceber qualquer coisita, que o norueguês não é nenhum bicho de sete cabeças!

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