Viena e as artes


Gustav Klimt (1862-1918)
O Beijo, 1907/08
Óleo e folha de prata e ouro sobre tela, 180 x 180 cm
Viena, Österreichische Galerie


Capital que foi do grande império austro-húngaro, Viena é uma cidade muito marcada pela arte, nas suas diversas formas. Na música, passaram pela história da cidade nomes como Mozart, Haydn, Beethoven, Schubert, Strauß, Brahms e Mahler.
De resto, deve bastar dizer que Viena tem o epíteto de cidade dos 100 museus. Em três dias, não os conheci todos, claro, mas os que visitei merecem algum destaque.


Johannes Vermeer van Delft (1632-1675)
A Arte da Pintura, c. 1666-73
Óleo sobre tela, 130 x 110 cm
Viena, Kunsthistorisches Museum


O Kunsthistorisches Museum Wien, literalmente Museu de História da Arte (também conhecido como Museu de Belas-Artes), é talvez o mais bonito que já visitei. Foi mandado construir pelo imperador Francisco José (o marido da Sissi), para albergar a imensa colecção de arte dos Habsburgos. O edifício, construído entre 1871 e 1891, é um magnífico palácio neo-renascentista, ricamente decorado.


Rafael (1483-1520)
Madona no Prado, 1505/1506
Óleo sobre madeira, 113 x 88,5 cm
Viena, Kunsthistorisches Museum


O espólio do museu é verdadeiramente impressionante e engloba colecções de arte do antigo Egipto, Grécia e Roma até à Idade Média, escultura e artes decorativas, numismática e, sobretudo, uma das galerias de pintura mais importantes do mundo, que cobre alguns dos maiores nomes da pintura europeia, desde o Renascimento até ao século XVIII. Um dos destaques vai para a maior colecção do mundo de pintura de Bruegel o Velho.


Pieter Bruegel o Velho (c. 1525-1569)
Os Caçadores na Neve, 1565
Óleo sobre madeira, 117 x 162 cm
Viena, Kunsthistorisches Museum


Outro dos ex-libris, o Saleiro de Cellini, uma pequena escultura de ouro e esmalte, foi roubado em Maio de 2003. Recuperado pela polícia austríaca no passado dia 21, voltou já ao museu, onde será apresentado aos patrocinadores no dia 29 e exposto novamente ao público a partir do dia 31 de Janeiro.


Benvenuto Cellini (1500-1572)
Saleiro, ou Saliera, 1540-1543
Ouro, parcialmente coberto por esmalte, base de ébano, 26 x 33,5 cm
Viena, Kunsthistorisches Museum
Imagem de Wikipedia


O complexo de Belvedere abriga a galeria austríaca (Österreichische Galerie Belvedere). No palácio superior, a galeria de arte dos séculos XIX e XX, onde podemos encontrar uma grande colecção de obras de Klimt (O Beijo é o chamariz) e Schiele e algumas de Kokoschka. O palácio inferior exibe a colecção barroca, com escultura e pintura dos séculos XVII e XVIII. Na Orangerie, o museu de arte medieval, essencialmente arte sacra, dos séculos XII a XVI.


Egon Schiele (1890-1918)
Enlace (Par Enlaçado II), 1917
Óleo sobre tela, 100 x 170,2 cm
Viena, Österreichische Galerie


O expoente máximo do Jugendstil, ou Arte Nova, é o edifício da Secession, construído entre 1897 e 1898 para albergar as exposições do grupo secessionista liderado por Klimt. Foi praticamente destruído durante a Segunda Guerra Mundial e posteriormente reconstruído. Sob a sua cúpula de folhas de loureiro douradas, podemos hoje ver o Friso Beethoven, construído por Klimt para a exposição de homenagem ao génio da música, em 1902.


Gustav Klimt (1862-1918)
As Forças Inimigas (Impureza, Desejo e Excesso), pormenor do Friso Beethoven, 1901/1902
Cor de caseína sobre fundo de estuque, colocado sobre uma base de tubos,
fundo de grades, com inserção de pedras semipreciosas.
Sete compartimentos, 220 x 2400 cm (largura total)
Viena, Österreichische Galerie, em exposição no Secession

Sem comentários: