#TBT: Mar Adriático, 2005




Mar Adriático, entre Hvar e Split (Croácia), Julho de 2005

No Verão de 2005, conheci aquele que se viria a tornar, para mim, o alto grau da água do mar. Desde aí, qualquer sítio onde eu molhe o pé se vê comparado ao Adriático, perdendo sempre na comparação. É por isso que só deixo que as ondas me molhem os tornozelos, na Ericeira ("Credo! Se ainda fosse o Adriático..."), miro com respeito e (muita) distância o Mar do Norte ("Ai, que saudades do Adriático!") e, no Algarve, só me arrisco depois de deixar as pernas avaliarem o grau de Adriático da temperatura da água. Há quem use a escala de Celsius, outros, a de Fahrenheit -- eu uso a escala do Adriático: "Não está mal, mas nada que se compare ao Adriático", "Hoje, quase parece o Adriático!". Estremeço de pensar o quanto me diverti na Figueira da Foz, e mesmo na Costa da Caparica, mas a idade (e já há muito) fez de mim uma flor de estufa.
Lembro-me da surpresa que foi para mim a temperatura do Mar Egeu, mas nem esse me conseguiu deslumbrar como o Adriático. Fosse porque o calor, na Croácia, era superior ao que suportei na Grécia, fosse pela beleza da costa, o Adriático marcou-me. Não lhe conheci uma praia digna do nome, mas a água, como já aqui contei, calma, quente, límpida, ficou-me no imaginário (sobretudo desde que me consegui livrar dos picos de ouriço do pé).


Split (Croácia), Julho de 2005




Dubrovnik (Croácia), Julho de 2005


Praia rochosa, creio que em Cavtat (Konavle, Croácia), Agosto de 2005


Praias em Sveti Stefan (Montenegro), Agosto de 2005


Praia em Budva (Montenegro), Agosto de 2005


Ao largo de Budva (Montenegro), Agosto de 2005

Gótico flamejante




Gare do Oriente, Lisboa, Novembro de 2017

Projecto do arquitecto Santiago Calatrava, 1998. Mais pormenores aqui, aqui, aqui, e outros que ainda hão-de aparecer.

A água em todas as fontes (5)


Lisboa, Maio de 2008

O Palácio das Laranjeiras foi, no século XIX, um local incontornável da cultura lisboeta. O fausto dos seus jardins ficou a dever-se ao 1.º Conde de Farrobo, que os dotou de iluminação a gás, jaulas com animais exóticos, estátuas, bustos e fontes. Destas, subsistem várias, em fraco estado de conservação.






Abril de 2016

Há outras mais modestas, espalhadas pelos antigos terrenos da quinta, produto de diferentes fases de remodelação do Jardim Zoológico, que aí foi instalado em 1905.








Lisboa, Agosto de 2017

A última é o chafariz da Quintinha.

Papa-unescos (XVII)


Kotor (Montenegro), Agosto de 2005

(46) Obras venezianas de defesa dos séculos XVI e XVII: Stato da Terra - Stato da Mar ocidental (Croácia e Montenegro)

É como eu costumo dizer: é deixá-los pousar. E, desta vez, o Comité do Património Mundial da UNESCO, na sua 41.ª sessão, em Julho passado, em Cracóvia, decidiu inscrever na lista, com o número 1533, duas fortalezas pelas quais eu passei. Curiosamente, ficam ambas em cidades que já tinham património classificado, e que eu já tinha elencado aqui, a saber, a região natural, cultural e histórica de Kotor, em Montenegro (o meu número 28, 125 da UNESCO, desde 1979), e a Catedral de São Tiago, em Šibenik, na Croácia (o meu número 8, 963 da UNESCO, desde 2000).
Desta vez, o Comité decidiu classificar um conjunto de fortalezas e cidades fortificadas em Itália, Croácia e Montenegro, entre os quais a cidade fortificada de Kotor e o Forte de São Nicolau, em Šibenik.
Kotor ou Cátaro (historicamente conhecida pela designação italiana de Cattaro, do veneziano Càtaro) é uma cidade simpática, com vista para uma baía linda e com um centro histórico muito bonito que beneficiou de uma ampla reabilitação, após a destruição causada pelo terramoto de 15 de Abril de 1979. A cidade antiga está rodeada por uma imponente cintura de muralhas, construída pela República de Veneza, à qual a cidade se uniu, no século XV, para poder contar com a sua protecção contra as investidas do Império Otomano. As muralhas permanecem hoje bem conservadas e podemos vê-las a serpentear pelas rochas, monte acima. É um enorme sistema defensivo, contendo muralhas, torres, cidadelas, portões, bastiões, fortes, cisternas, um castelo e outros edifícios e estruturas auxiliares. Na realidade, foi incorporando elementos de diferentes épocas, desde o domínio romano ao austríaco. O seu baluarte mais imponente é a torre Kampana, que, como o próprio nome indica, parece um enorme sino.







O Forte de São Nicolau (Utvrda sv. Nikole, em croata, ou Tvrđava Sv. Nikole, que as línguas de casos são um problema, sobretudo para quem não as domina) é a única das fortalezas de Šibenik que fica no mar, à entrada do porto da cidade, mais precisamente na ilha de Ljuljevac, no lado esquerdo da entrada do canal de Santo António (Sv. Ante). Em terra firme, estão situadas as restantes fortalezas que constituem o sistema defensivo da cidade: os fortes de São João (Tvrđava Sv. Ivana), do Barão (Tvrđava Barone) e de São Miguel (Tvrđava Sv. Mihovila), também conhecido como Castelo de Santa Ana. Este último é o mais antigo, e, a bem da verdade, o único que visitei e de onde tive uma vista fabulosa da cidade, da Catedral de São Tiago, do Canal de Santo António e das muitas ilhas que se estendem no horizonte, até ao Mar Adriático. Imagino que o Forte de São Nicolau fique numa daquelas que a minha vista alcançou, lá de cima, perdidas na névoa de uma tórrida tarde de Verão.


Šibenik (Croácia), Julho de 2005

#TBT: Zagreb, 2005


Zagreb (Croácia), Julho de 2005

Quem visita a Croácia não vai pelas belezas da capital, mas para conhecer os diversos sítios listados pela UNESCO como Património Mundial, ou mesmo em busca dos locais de filmagem da Guerra dos Tronos. No entanto, Zagreb também tem que ver, e, apesar de lá ter passado só um dia, foi uma cidade de que gostei bastante. Já falei dela aqui e mostrei mais fotos aqui, mas, já que ando em modo de limpeza de arquivos, deixo aqui mais umas quantas.





















Jardim secreto


Portalegre, Novembro de 2017

Chafariz da aldeia




Lisboa, Agosto de 2017

A Aldeia dos Macacos, no Jardim Zoológico de Lisboa, foi idealizada pelo arquitecto Raul Lino e inaugurada em Maio de 1927. Tem tudo o que o ideário da época preconizava para uma aldeia romântica, a que não faltava o poço, com a bilha de barro, e o chafariz, ao lado do Hotel da Barafunda, do Casal do Mono, da Adega do Simão e da torre do pombal, cujos habitantes adornavam os beirais das casas portuguesas. Aqui, numa fotografia dos anos 30:



Não encontro imagens da época que retratem o chafariz. A mais antiga que tenho data de 2006, quando ainda ostentava uma latada, que manteve, pelo menos, até 2013, segundo se pode ver na Internet (2009, 2011, 2013).




Maio de 2006

Em 2016, já o encontrei semi-destruído, e assim se manteve este Verão. De resto, o poço perdeu a bilha, o hotel fechou ao público e a adega já só serve no exterior, porque as entradas estão, há muito tempo, emparedadas, e as casas são meramente decorativas. Os macacos estão mais interessados na sombra e nas zonas de alimentação, mas os miúdos ainda se deliciam com a aldeia, sobretudo os mais velhos, bem mais velhos.




Abril de 2016